Nos parágrafos a seguir, trataremos das diferenças entre as duas principais variantes do português, assim como suas origens, e explicaremos porque é recomendável empregar os serviços de nativos para tarefas de tradução em cada variante.
Dois
fatores importantes contribuíram para as diferenças observadas
entre as variedades européia e sul-americana do português.
Além do seu isolamento geográfico do restante do mundo,
o Brasil sofreu, desde o início da colonização, restrições
fundamentais pelos portugueses em relação à instalação
de universidades e uma imprensa nativa. Como conseqüência,
a língua e a cultura brasileiras sofreram influências
mais fortes por parte dos povos africanos e dos índios nativos
do que a maior parte das colônias mantidas pelos espanhóis,
ingleses e franceses.
A primeira influência à língua
dos colonizadores resultou do contato com os índios nativos, que
pertenciam a diversos grupos lingüísticos. Esse contato foi
tão importante que foi criada uma 'língua franca' pelos
jesuítas, que incorporou elementos do português, principalmente
do grupo lingüístico a que pertenciam os Tupinambás.
Essa língua híbrida foi muito importante
na comunicação entre os colonizadores brancos e os índios,
e nas tentativas daqueles de converterem estes ao cristianismo. Contudo,
em 1758, o Marquês de Pombal decretou o português como sendo
a língua oficial do Brasil. Os jesuítas
foram expulsos do Brasil no ano seguinte.
Com
apenas uma base oral para se apoiar, o português falado no Brasil
sofreu aproximadamente três séculos de diversificação
substancial e sem perturbações da variante Ibérica,
desde o início da colonização até a transferência
da corte e do governo portugueses para o Rio de Janeiro, em 1807, fugindo
da ameaça napoleônica de invasão a Portugal. A primeira
gráfica e o primeiro jornal do Brasil foram fundados
em 1808.
Portanto,
não é surpreendente que algumas discrepâncias
fonéticas tenham se mantido entre as duas variedades, mas elas
não chegam a impedir a comunicação de textos escritos
entre Portugal e Brasil. Diferenças mais substanciais são
observadas na morfologia, sintaxe e lexicologia, no entanto. Estas são
as diferenças que podem representar um obstáculo aos tradutores
de uma variante ao tentarem se dirigir aos leitores da outra.
É
na área de terminologia computacional que estes obstáculos
são mais óbvios, nos quais a adoção mais intensa
de anglicismos no Brasil contrasta com os galicismos que Portugal privilegia.
Embora teoricamente possível, é totalmente não recomendável
utilizar a mesma tradução em ambos os mercados. Assim como
outros colegas, que reconhecem os desafios subjacentes à tradução
para a variante estrangeira, ideas translated tenta sempre,
na medida do possível, comunicar aos clientes potenciais e às
empresas de tradução o grau das diferenças entre
as duas variantes e os riscos de se traduzir para a variante estrangeira
do português.
|